Fui preencher uma ficha de inscrição para uma empresa e tive que escrever vários textos. Não vou falar o nome, por que não autorizo merchandising no meu blog (hihi), aliás, eles merecem os parabéns pelo processo inicial da seleção. Em uma das partes eu tinha que descrever fatos da minha vida que foram importantes na minha formação, tanto profissional quanto pessoal. Como eu estava com um pouco de pressa, faltavam 10 minutos para o prazo final, eu acabei esquecendo dos meus gatos e de outra amiguinha que me acompanhou por muito tempo.
A Luma chegou na minha casa em 1996, eu tinha 9 anos e ela foi um presente de aniversário que minha irmã ganhou. Ela foi nosso primeiro animal de estimação de verdade, ou seja, ela sofreu muito. Desde a escolha certa da areia até a nossa tentativa de escovar os dentes dela, passando pela escolha da ração ideal. Para piorar a Luma tem um estômago sensível (não é frescura, quem tem gato vai me entender).
A história do Fígaro é um pouco mais dramática. Ele chegou em 2002, eu tinha 15 anos. Meu cunhado o achou em uma avenida e o chutou para a calçada para não ser atropelado, mas ele não se machucou. Como ele não podia ficar na casa do meu cunhado, por que ele tem duas cachorras, o Fígaro veio para minha casa “temporariamente”. Ele nos conquistou de primeira. Quando eu e minha irmã fomos buscá-lo ele começou a brincar com meu colar e a me agradar e quando chegou aqui em casa se comportou como já se fosse um morador.
Antes mesmo de vê-lo eu já estava tentando convencer minha mãe a ficar com ele. Enquanto minha irmã dormia no sofá, eu convenci minha mãe a ficar com ele (o que não foi muito difícil, por sinal). Minha irmã foi a mais resistente, depois da Luma.
A Luma abominava o Fígaro. Assoprava, tentava bater nele e saia correndo quando ele se aproximava. O Fígaro começou a levar na brincadeira e saia correndo atrás dela, foi um pouco assustador no começo, mas deu tudo certo e hoje eles são super amigos.
Saber que você sempre tem alguém te esperando em casa e que eles sempre vão tentar enxugar suas lágrimas, independente do motivo, é muito reconfortante. Odeio me sentir sozinha e isso acabou depois que eles entraram na minha vida. É um pouco egoísta, mas nós damos a eles tudo o que eles precisam. Não que tenha que ser uma relação de troca, mas cuidamos uns dos outros, inclusive eles da gente. Eles não são nossos bichinhos de estimação, fazem parte da minha família e talvez eles sejam a parte mais legal dela.
A outra amiguinha é a Quita, ela já se foi, se eu não me engano em 1999. Ela entrou na família em 1989, junto com o Quito, que suspeitamos que fosse uma segunda Quita, por que foi brutalmente assassinado pela primeira. A Quita viveu muito para uma passarinha, sabe aqueles verdinhos? Então ela era daqueles, a média de vida deles é de uns dois anos eu acho.
Mas, enfim, ela nos trouxe muita alegria. Tinha um gênio forte pra cacete, Desmontou seu ninho de madeira inteiro, adorava roer jornal e bolachas de água e sal. Era tradicionalista e não gostava dos brinquedos modernos e dos nossos insistentes potes para ela toma banho.
Minha mãe diz que eles viram fadinhas e duendes quando morrem. E devem virar mesmo, pois eles não têm “pecados” (figura cristã que vem a calhar), são sinceros, não fazem mal a ninguém e se fazem é por seu instinto de sobrevivência.
Eu espero que eu eles sejam felizes comigo assim como eles me fazem feliz. Minha vida seria muito mais vazia e cinza se eu não os tivesse comigo e tenho certeza que poucas pessoas fariam por eles o que nós fazemos na minha casa.
O texto ficou grande para um blog e duvido que alguém leia até aqui, mas acho que consegui me desculpar pelo que deixei de escrever ontem.
Friday, July 07, 2006
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1 comment:
Adorei o texto!
Já escrevi sobre os meus gatos uma vez!!!!!
Bjos!
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